Portugal. Num dia de semana algures entre Junho e Setembro. Numa semana em que não há muito ou nada para fazer. O telefone toca: "Carol, vamos fazer aquele programinha clássico?". "Ok. Encontramo-nos daqui a 30 minutos, sítio do costume." Passados 30 minutos lá nos encontramos nós, no parque de estacionamento do centro, com as nossas maletas de praia. Descemos até à costa, paramos na bomba para comprar umas revistas. Chegamos à praia. Na praia, pomos a conversa em dia: relações, rambóias, amizades, mal entendidos, tudo a pente fino até estar bem explicado, resolvido, até ao ponto de darmos umas boas risadas sobre o assunto: encerrado. Esfolheamos a revista enquanto falamos da vida. Entretanto as horas passam e começamos a perder a paciência e a vontade: "Estou aborrecida". "E com fome". Enrolamos a toalha e lá vamos nós. Meia tosta de frango, a dividir. Um Guaraná. No meio da cidade mal aproveitada, dos prédios nada charmosos. A tosta até sabe melhor. Entretanto voltar ao ponto de encontro. "Queria só subir ali à Zara, preciso comprar uns básicos, queres ir?".
Vida simples. Descomplicada. Ter tudo ali à mão. Boa companhia. Ir para casa cansada de não fazer nada.
Saudades!
Finalmente! Consegui ter tempo para escolher entre as centenas de fotos da nossa RoadTrip, parte dois. Desta vez desde Alabama Hills até Las Vegas, de Las Vegas até Los Angeles, e de Los Angeles de volta a São Francisco. Muitos kms percorridos em poucos dias. Valeu a pena.
Estamos à 3 dias na estrada. Viajámos desde São Francisco até Serra Nevada, explorámos o interior da California. A paisagem é de uma diversidade inacreditável. A dimensão é bruta, e faz-nos sentir pequenos.
Se tivesse que responder à pergunta se São Francisco e Lisboa são mesmo gémeas, esta seria a minha resposta: sim em forma, não em estilo. Passo a explicar:
Apesar da mesma ponte, 7 colinas, e uns eléctricos que se assemelham aos nossos, São Francisco não é uma cidade romântica, é uma cidade saída de um filme americano dos anos 90, tem algo de kitsch, de vintage, de rock. Lisboa é definitivamente romântica, tem peso, sofrimento, história, combinação que a torna muito especial.
Além disso aqui existem também colinas e altos e baixos, mas há espaço... não há trânsito (que eu tenha visto até agora) nem ruas com pedras de calçada transitáveis que são o pesadelo de muitos condutores. E confesso, cada vez que estou diante destas ruas, continuo à espera que um carro da polícia salte lá do cimo de sirene ligada, numa perseguição a um bandido qualquer.
ps. neste caso, não havia mesmo trânsito nenhum, estas fotos foram tiradas por mim pelas 8h da manhã, num domingo :) e eu que achava que esta era mesmo a hora dos bandidos.